Curiosidades sobre a série The Handmaid’s Tale

Curiosidades sobre a série The Handmaid’s Tale

Em nossa lista de Curiosidades sobre “The Handmaid’s Tale”, mergulhamos nos bastidores da produção da série, explorando os segredos por trás da criação de cada episódio, o significado simbólico de seus personagens e eventos, e as inspirações que moldaram o mundo distópico de Gilead.

Adaptada da obra visionária de Margaret Atwood, “The Handmaid’s Tale” tornou-se uma das séries mais comentadas e impactantes da televisão contemporânea. Imersa em um mundo distópico onde os direitos das mulheres são brutalmente suprimidos, a série mergulha nas profundezas sombrias de Gilead, uma sociedade totalitária onde a opressão e a resistência se entrelaçam de maneiras intrigantes.

Ficção x Realidade

A série passou sobre uma adaptação que a aproximou mais da nossa realidade contemporânea, ao retratar a queda dos Estados Unidos em 2017. Isso ressalta como, apesar de conter elementos do passado e da ficção, a história permanece atual e relevante em qualquer época. O livro original, escrito por Margaret Atwood durante a queda do Muro de Berlim em 1984, reflete influências de diversos eventos históricos, como os Estados Unidos do século XVII, a poligamia na Romênia e a opressão dos movimentos femininos das décadas de 1970 e 1980.

Além disso, Atwood também se inspirou em acontecimentos específicos, como os desaparecimentos de mais de 500 crianças durante o golpe militar na Argentina em 1976. Embora seja canadense, Atwood escolheu os Estados Unidos como cenário para sua história, pois o Canadá é frequentemente percebido como um refúgio para aqueles que buscam escapar de situações opressivas.

O conteúdo do livro, embora denso e controverso, ressoa profundamente com os desafios enfrentados pelas mulheres em sua luta por direitos, respeito e autonomia. Não é surpreendente que o livro tenha sido alvo de proibições em diversas escolas entre 1990 e 1999, devido ao seu conteúdo considerado “sexualmente explícito”, “difamatório” e “vulgar”. Essa reação evidencia a natureza provocativa e impactante da obra de Atwood, que continua a gerar reflexões importantes sobre temas sociais e políticos até os dias de hoje.

Curiosidades sobre a série The Handmaid’s Tale
Imagem: Divulgação

Ficção Especulativa

Margaret Atwood, a criadora de “The Handmaid’s Tale”, prefere rotular sua obra de 1985 como ficção especulativa, apesar das diversas categorizações que recebeu ao longo dos anos, como ficção científica, literatura distópica e distopia feminista. Ao escrever o livro, Atwood fez questão de garantir que todos os elementos absurdos retratados na obra tivessem raízes na história real.

Uma das regras que ela impôs a si mesma foi não incluir nada na narrativa que os seres humanos não tivessem feito em outro momento ou lugar da história, e também não introduzir nenhuma tecnologia que ainda não existisse. Assim, elementos como enforcamentos em grupo, vestimentas específicas de acordo com as classes e castas sociais, procriação forçada, sequestro de crianças por regimes autoritários e proibição da alfabetização foram extraídos de eventos e práticas observadas em diferentes períodos e culturas da sociedade ocidental e da tradição cristã.

Essa abordagem meticulosa de Atwood na construção de uma realidade distópica, especialmente opressiva para as mulheres, confere à obra uma sensação de autenticidade e relevância social, ao mesmo tempo em que provoca reflexões sobre questões atuais relacionadas à opressão, controle estatal e luta pelos direitos individuais.

Obras de Arte

A presença de obras de arte nas casas dos Comandantes em “The Handmaid’s Tale” adiciona mais um toque de realidade à série, remetendo ao saque de arte durante a Segunda Guerra Mundial, no qual mais de 5 milhões de obras foram ilegalmente retiradas de seus proprietários. Os quadros famosos presentes na decoração da casa de Fred e Serena Waterford nas duas primeiras temporadas são uma referência direta a essa prática nazista de saquear obras de arte.

Julie Berghoff, diretora de arte da série, revelou em entrevista à W Magazine que a concepção por trás dessas escolhas era imaginar que o Comandante e sua esposa visitaram o Museu de Arte Moderna de Boston e roubaram suas pinturas favoritas. Serena, que é aquarelista e tem uma inclinação pela natureza, optou por alguns quadros de Monet, adicionando um toque singelo à decoração.

Outro exemplo notável é a casa da família Lawrence. Além do quadro “A Leiteira” de Johannes Vermeer que pode ser visto pendurado na cozinha na 3ª temporada, as obras de arte saqueadas por Lawrence foram utilizadas como moeda de troca para garantir a fuga das 86 crianças de Gilead em um avião. Esses detalhes mostram como a série incorpora elementos históricos e culturais para enriquecer sua narrativa e contextualizar o mundo distópico de Gilead.

Easter Egg

A série “The Handmaid’s Tale” é conhecida por seus detalhes meticulosos, e as etiquetas de identificação nas orelhas das Aias são apenas um exemplo disso. A escolha do número de identificação de June, 1985, é uma homenagem ao ano de lançamento do livro de Margaret Atwood, que deu origem à série. Esses pequenos detalhes adicionam camadas de significado e referência à narrativa, criando uma conexão mais profunda entre a série, o livro e o público.

Imagem: Divulgação

Não permita que os bastardos reduzam você a cinzas

A emblemática frase “Não permita que os bastardos reduzam você a cinzas”, encontrada no quarto de Offred nos primeiros episódios da série, é amplamente interpretada como um símbolo de resistência e esperança para todas as Aias. Margaret Atwood, autora da obra, se inspirou em trocadilhos em latim usados por crianças em suas aulas, adicionando uma camada de profundidade histórica à mensagem. Traduzida como “Não deixe que os bastardos te esmaguem”, a frase ressoa como um lembrete poderoso da determinação das mulheres em preservar sua humanidade e dignidade, mesmo diante da opressão do regime de Gilead. É um lema de luta contra a injustiça e a subjugação, representando a resiliência e a força das personagens frente às adversidades.

Nome das Aias

O uso dos novos nomes das Aias é uma estratégia eficaz para destacar sua condição de propriedade e submissão total aos Comandantes. Cada nome é uma combinação simples do prefixo “Of” seguido pelo nome do Comandante, como em “Offred”, que se traduz literalmente como “De Fred” ou “pertencente a Fred”. Esse novo nome, além de simbolizar a perda de identidade e autonomia das Aias, também carrega uma carga simbólica poderosa, sugerindo que elas são simplesmente “oferecidas” ou sacrificadas para servir aos desejos dos seus mestres. Essa prática reforça a desumanização das Aias e a brutalidade do regime de Gilead, onde as mulheres são tratadas como meras propriedades, sem voz ou vontade própria.

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