21 Melhores Livros da Literatura Brasileira

21 Melhores Livros da Literatura Brasileira

Em cada traço, nas entrelinhas que ecoam culturas e vozes diversas, a literatura brasileira se revela como um vasto tesouro de histórias que ecoam na alma nacional. A equipe do Pop na Tela, desvenda os encantos das letras tupiniquins e reuniu uma lista cuidadosa e apaixonante: os 21 Melhores Livros da Literatura Brasileira.

Nesta jornada literária, encontramos romances que capturam a essência multifacetada do Brasil, poesias que ressoam como o canto das nossas raízes, e crônicas que nos fazem refletir sobre a riqueza e complexidade da nossa sociedade. Cada obra é uma porta aberta para compreender não apenas a narrativa de um autor, mas a tapeçaria única que forma a literatura do nosso país.

Esta lista é um convite para mergulhar nas palavras que moldaram e continuam a moldar a narrativa da nossa cultura. Abra o livro, permita-se absorver as nuances da língua portuguesa e embarque nesta viagem pela expressão literária que é genuinamente nossa.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis

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Brás Cubas já partiu desta vida, mas isso não o impede de compartilhar sua história e sua obsessão por lançar o Emplasto Brás Cubas. Um remédio anti-hipocondríaco desencadeia uma série de recordações, reflexões e divagações sobre a vida do autor já falecido.

Lançado em 1881, escrito com uma pitada de humor e um toque de melancolia, Memórias Póstumas de Brás Cubas emerge como um dos romances brasileiros mais significativos de todos os tempos. Inovador, irônico e rebelde, ele mergulha nas profundezas da condição humana. No entanto, é preciso alertar: por trás do sorriso aparente, este livro abriga uma emoção amarga e áspera na alma.

Auto da Compadecida, Ariano Suassuna

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Lançado em 1955, conta a história de João Grilo e Chicó, inseparáveis companheiros, são os protagonistas de uma história ambientada no sertão nordestino. Enfrentando a fome, a aridez, a seca, a violência e a pobreza, os dois amigos buscam sobreviver em um ambiente hostil e desfavorecido, fazendo uso de sua sagacidade e astúcia para superar os desafios.

Vidas Secas, Graciliano Ramos

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Originalmente publicado em 1938, “Vidas Secas” narra a dura realidade de uma família de retirantes sertanejos, obrigada a migrar constantemente para áreas menos afetadas pela seca. O pai, Fabiano, percorre a paisagem árida da caatinga do Nordeste brasileiro com sua esposa, Sinha Vitória, e os dois filhos, cujos nomes são substituídos por “filho mais velho” e “filho mais novo”. Acompanha-os também a cachorrinha da família, Baleia, cujo irônico nome reflete sua magreza devido à escassez de comida.

Dom Casmurro, Machado de Assis

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O narrador Bento Santiago revisita a sua infância na Rua de Matacavalos, apresentando a história do amor e das adversidades vividas ao lado de Capitu, uma das personagens mais enigmáticas e fascinantes da literatura brasileira. Lançado em 1899, neste romance somos conduzidos pela versão de um homem atormentado pelo ciúme, que gradualmente revela sua psicologia intricada, envolvendo o leitor em uma narrativa ambígua sobre o suposto adultério da mulher de “olhos de ressaca” — um dos temas mais controversos da literatura brasileira.

Capitães de Areia, Jorge Amado

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Desde sua publicação em 1937, “Capitães da Areia” provocou escândalo, resultando na queima pública de inúmeros exemplares do livro por ordem do Estado Novo. Ao longo de sete décadas, a narrativa não perdeu sua vitalidade nem sua relevância; pelo contrário, a vida urbana dos meninos pobres e infratores adquiriu contornos trágicos e urgentes. Diversas gerações de brasileiros foram impactadas e seduzidas por esses meninos que habitam um trapiche abandonado nas areias do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais.

Este romance de formação nos aproxima dessas pequenas criaturas, cada uma com suas carências e ambições: desde o líder Pedro Bala até o religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca. Jorge Amado nos faz íntimos desses jovens e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade.

Macunaíma, Mário de Andrade

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À beira do Uraricoera, na vasta Floresta Amazônica, nasce Macunaíma, um indivíduo preguiçoso e vaidoso que, desde a infância, não hesita em recorrer à mentira e à metamorfose para satisfazer seus desejos. Abandonado por sua mãe, inicia uma nova jornada e recebe um talismã da Mãe do Mato, mas acaba por perdê-lo. Determinado, parte em direção ao Sudeste do Brasil em busca do amuleto perdido.

Lançado em 1928, “Macunaíma” se destaca como um marco do modernismo e reflete a visão do autor sobre a cultura brasileira. A narrativa entrelaça dialetos e costumes de diversas regiões, proporcionando uma abordagem única. Além disso, o livro promove uma reflexão profunda sobre a desigualdade social no país, enriquecendo a trama com camadas de significado e questionamento.

O Sítio do Picapau Amarelo, Monteiro Lobato

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Não há dúvidas de que o melhor destino para as férias é o Sítio do Picapau Amarelo. Ouvir as cativantes histórias da Dona Benta, saborear as delícias preparadas pela Tia Nastácia e brincar com Emília, Visconde e toda a turma encantadora é um convite irresistível. A magia desse lugar atrai a curiosidade de crianças ao redor do mundo, e até mesmo as criaturinhas dos contos clássicos decidiram fazer uma visita. No Sítio, onde tudo é possível, as férias se transformam em uma experiência inesquecível!

Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa

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Lançado pela primeira vez em 1956, “Grande Sertão: Veredas” é uma das obras mais cativantes da literatura brasileira. Ao retratar o mundo pelos olhos de Riobaldo, Guimarães Rosa tece uma trama envolvente que entrelaça sofrimento, luta, alegria, violência, amor e morte em uma prosa extremamente inventiva. Neste clássico arrebatador, as paisagens percorridas pelos jagunços transcendem suas fronteiras regionais, adquirindo uma dimensão universal e profundamente humana.

A Moreninha, Joaquim Manoel de Macedo

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Lançado em 1844, o romance “A Moreninha” representa um marco no início do movimento romântico no Brasil. A trama gira em torno de um grupo de estudantes de Medicina que decide passar um fim de semana em uma ilha. Um dos integrantes, Augusto, desafia-se a resistir a envolvimentos amorosos e estabelece uma aposta com Filipe. O acordo é que se Augusto se apaixonasse por alguém por mais de quinze dias, teria que escrever um romance e confessar seu amor.

Na ilha, Augusto acaba se envolvendo com Carolina, apelidada de “A Moreninha”, que é a irmã de Filipe. A narrativa desenrola-se, explorando os desafios e encantos desse romance que, por sua vez, se tornou emblemático no cenário literário brasileiro.

A Escrava Isaura, Bernardo Guimarães

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Isaura, uma escrava branca dotada dos mais nobres sentimentos, destaca-se por sua pureza de coração e uma educação exemplar, rara até entre as damas mais ricas e ilustres. Criada e protegida por sua senhora, Isaura possui a promessa de alforria após a morte da matriarca. No entanto, Leôncio, filho e herdeiro da família, revela-se um homem violento e sem caráter, que alimenta uma paixão doentia por Isaura e não tem a menor intenção de conceder-lhe a liberdade.

Os Sertões, Euclides da Cunha

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“Os Sertões” está estruturado em seções que exploram distintos aspectos. A primeira parte, “A terra”, dedica-se a considerações técnicas e científicas acerca do solo, do clima e do espaço geográfico do sertão baiano. A segunda parte, “O homem”, aborda características antropológicas do sertanejo, revelando seus conflitos sociais, políticos e psicológicos. A última seção, “A luta”, narra a Guerra de Canudos desde seu início.

A obra se destaca pela pela rica apresentação de elementos como espaço, tempo, personagens (incluindo figuras notáveis como Antônio Conselheiro) e contexto histórico, todos percebidos pelo narrador-observador. Essa abordagem meticulosa contribui para a profundidade e autenticidade da obra de Euclides da Cunha.

Gabriela, Cravo e Canela, Jorge Amado

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A trama de amor entre o sírio Nacib e a cativante mulata Gabriela, uma das personagens femininas mais sedutoras criadas por Jorge Amado, desenrola-se em meados dos anos 1920, período em que Ilhéus enfrenta a batalha pela modernização impulsionada pelo boom das exportações de cacau. Com sua sensualidade inocente, Gabriela não só conquista o coração de Nacib como também envolve diversos homens ilheuenses, desafiando a lei que exigia punição severa para o adultério feminino.

A obra, publicada em 1958, rapidamente alcançou sucesso global, revelando a maestria de Jorge Amado em explorar não apenas as complexidades do amor, mas também os desafios e mudanças sociais de uma época marcante na história de Ilhéus.

Iracema, José de Alencar

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Publicado em 1865, ao longo de muitos anos, o livro encapsulou a essência do ethos brasileiro nas letras e continua a ser objeto de análises críticas, históricas, de gênero e culturais.

A narrativa do amor entre Iracema, a “virgem dos lábios de mel”, e Martim, serve como metáfora para o encontro entre a civilização e a cultura autóctone. Ao valorizar a paisagem brasileira e construir um passado idealizado, José de Alencar criou um mito que perdura, enriquecendo o entendimento da complexa interação entre diferentes aspectos da identidade brasileira.

O Cortiço, Aluísio Azevedo

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Publicado em 1890, a pobreza, corrupção, injustiça e traição são elementos que compõem ‘O Cortiço’, a principal obra do Naturalismo brasileiro. Neste romance, Aluísio Azevedo denuncia as mazelas sociais enfrentadas pelos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro durante o século XIX. A narrativa convida os leitores a analisar, por meio de uma observação crítica do cotidiano das personagens, a desumanização do ser humano, uma questão que se mostra, mais do que nunca, atual.

Mar Absoluto, Cecília Meireles

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Com sua primeira publicação em 1945, os poemas deste livro imortalizam a memória de Cecília Meireles sobre seus antepassados portugueses, explorando o infinito das palavras, a solidão diante da efemeridade de todas as coisas, a experiência única da morte e a melancolia do amor. “Foi desde sempre o mar”, inicia a poeta, apresentando o oceano como símbolo da transitoriedade humana no centro da beleza do mundo.

O Guarani, José de Alencar

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Lançado em 1857, “O Guarani” narra a história de Peri, um índio forte e leal da Nação Goitacá, e sua relação com a família de Dom Antônio de Mariz, um fidalgo português. Peri torna-se o protetor de Cecília, uma bela donzela e filha de Dom Antônio. Quando ocorre a morte acidental de uma índia Aimoré pelo irmão de Cecília, Dom Diogo, a família portuguesa se vê ameaçada, pois a tribo busca vingança. Nesse contexto, Ceci e sua família contam com a ajuda e proteção de Peri, o corajoso herói brasileiro que desempenha um papel central nesta importante obra do Romantismo.

A Hora da Estrela, Clarice Lispector

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Lançado em 1977, o livro acompanha a nordestina Macabéa, uma mulher miserável, mal consciente de sua própria existência. Após perder seu único vínculo com o mundo, sua velha tia, ela viaja para o Rio de Janeiro, onde aluga um quarto, consegue emprego como datilógrafa e preenche suas horas ouvindo a Rádio Relógio. Macabéa se apaixona por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que a trai com uma colega de trabalho. Desolada, ela busca orientação com uma cartomante, que lhe promete um futuro luminoso, distante da realidade que a aguarda.

Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto

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Publicado em 1915, a história é ambientada no final do século XIX, o livro narra a história do major Policarpo Quaresma, um nacionalista fervoroso cuja visão idealizada do Brasil é recebida com desdém e ironia. Fascinado por livros de viagem, defensor da língua tupi e adepto de manuais de agricultura, Policarpo é, acima de tudo, um “patriota”, determinado a defender sua nação a todo custo. Esse patriotismo obstinado leva o protagonista a se envolver em projetos que constituem as três partes do livro.

A Rosa do Povo, Carlos Drummond de Andrade

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A obra em si é autossuficiente, mas no caso de “A Rosa do Povo”, o contexto histórico no qual o livro foi escrito e publicado ajuda a dar ainda mais significado aos 55 poemas que compõem essa obra-prima. Publicada em 1945, quando o poeta completou 43 anos, esses versos foram escritos sob o impacto da Segunda Guerra Mundial e da ditadura do Estado Novo no Brasil, carregando uma forte carga “politizada”.

O Tempo e o Vento, Erico Verissimo

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Com a primeira publicação em 1949, “O Continente” marca o início da mais célebre saga da literatura brasileira, “O Tempo e o Vento”. Essa trilogia, composta por “O Continente”, “O Retrato” e “O Arquipélago”, percorre um século e meio da história do Rio Grande do Sul e do Brasil, acompanhando a formação da família Terra Cambará. Em um constante vai e vem entre o passado — as Missões, a fundação do povoado de Santa Fé — e o tempo do Sobrado sitiado pelas forças federalistas em 1895, desfilam personagens fascinantes, eternamente vivos na imaginação dos leitores de Erico Verissimo: o enigmático Pedro Missioneiro, a corajosa Ana Terra, o sedutor Capitão Rodrigo, a tenaz Bibiana.

Quincas Borba, Machado de Assis

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Publicado em 1891, o romance aborda a ascensão social de Rubião, que herda toda a fortuna do filósofo Quincas Borba, criador da filosofia “Humanitas”. Rubião muda-se para a Corte no final do século XIX. Durante a viagem de trem rumo à capital, ele conhece o casal Sofia e Cristiano Palha, percebendo-se diante de um ingênuo — e agora rico — provinciano. Essa impressão é compartilhada por todos ao seu redor. As desventuras de Rubião e sua relação com os amigos parasitários são o foco da obra, que critica o convívio social e os valores morais e éticos vigentes na época.

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